MP recebe denúncia de intimidação e nepotismo em Rio das Ostras

Servidor denuncia pressão de delegado e parentes do prefeito


Elizeu Pires

Um funcionário efetivo da Prefeitura de Rio das Ostras relatou ao Ministério Público que membros de uma comissão nomeada pelo prefeito Marcelino Borba (foto) supostamente para auditar contratos firmados com empresas pela gestão anterior, estariam intimidando os servidores da Secretaria Municipal de Saúde. De acordo com o servidor, o Secretário de Segurança Pública Marcus David Gomes Resende – um delegado da Polícia Civil do estado do Amazonas cedido ao município -, Décio Machado Borba Neto (primo do prefeito) e a esposa dele, Alessandra Napoleão Sant´Ana, estiveram no setor administrativo da secretaria, com Marcus se identificando como delegado e não como secretário ou membro da comissão, o que é interpretado pelos funcionários como tentativa de intimidação.

Marcelino Borba (da farmácia), prefeito de Rio das Ostras | Reprodução

"Quando chegam escolhem servidores que participaram das últimas gestões e começam a intimidar e insinuar que realizamos atos irregulares. Está tudo sendo paralisado e quem sofre com isso tudo é a população e os servidores que estão com medo e aterrorizados", diz o servidor em parte do seu relato, afirmando ainda que da última vez que os três estiveram no departamento "uma pessoa teve crise de choro".

A última lotação de Resende pela polícia amazonense foi na delegacia do município de Humaitá, onde, em 2016, concorreu a um mandato de vereador pelo PSDC, obtendo apenas 303 votos. Ele chegou a ser acusado de tortura e humilhação contra moradores daquela cidade, mas nada ficou provado contra Marcus, que também não responde a nenhuma ação judicial por prática de crimes.

As acusações levaram a associação dos delegados daquele estado a publicar um ato de desagravo e Resende está processando portal que publicou as denúncias.

Eleito em pleito suplementar, o prefeito Marcelino Borba tomou posse no dia 16 de julho, quando afirmou que entre as primeiras ações de seu governo seria "revogar imediatamente o aumento abusivo do IPTU e da taxa de iluminação pública", mas, de acordo com comerciantes e moradores de Rio das Ostras, ainda não há sinal disso.

Luiz Maia

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