Motorista que causou acidente com morte de criança em Rio das Ostras recebe liberdade provisória

Idoso teve a carteira de habilitação suspensa e terá que pagar fiança de R$ 2 mil, segundo a decisão da juíza da Comarca de Rio das Ostras. Menino de 2 anos estava na bicicleta com a mãe e a irmã.


Por Mariana Mastrangelo | G1 — Região dos Lagos

O motorista Ademir Alves de Paula, de 62 anos, que atropelou mãe e os dois filhos de bicicleta em Rio das Ostras (RJ) causando a morte de uma das crianças, pagou fiança e recebeu a liberdade provisória nesta quinta-feira (11). Ele também teve a Carteira Nacional de Habilitação suspensa.

Criança morreu ao ser atropelada com a mãe e a irmã em Rio das Ostras — Foto: Reprodução/câmera de segurança
Criança morreu ao ser atropelada com a mãe e a irmã em Rio das Ostras — Foto: Reprodução/câmera de segurança

De acordo com o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), a juíza Priscilla Macuco Ferreira anunciou a decisão na audiência de custódia realizada no Cartório da Central de Custódia, em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. Ele vai responder por homicídio simples com auto de prisão em flagrante.

O homem tinha se recusado a falar na 128ª Delegacia de Polícia na terça-feira (9), dia do acidente que matou Richarlyson Ferreira Rodrigues, de 2 anos. O momento do atropelamento foi registrado por uma câmera de segurança da Avenida Jane Maria Martins, no bairro Jardim Mariléa.

As imagens são fortes e mostram também a irmã de 3 anos com uma mochila nas costas. Ela levanta e corre na direção da mãe após o choque.

A fiança foi fixada em R$ 2 mil. O G1 entrou em contato por telefone com a 128ª DP para saber se o homem já está em liberdade, mas não conseguiu a confirmação. A equipe de reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da Polícia Civil e aguarda um posicionamento.

A CNH de Ademir foi provisoriamente suspensa durante o processo. Ele terá que se apresentar à Justiça até o dia 10 de cada mês e não pode sair da cidade por um período superior a 7 dias sem informar e dar justificativas.

Na audiência, a defesa de Ademir disse que ele faz uso do medicamento "Gardenal" há três anos para tratamento de crises convulsivas. Porém, a informação não consta na CNH, que foi emitida em junho deste ano com validade de cinco anos. Quando o motorista utiliza medicamentos controlados, o Detran emite o documento com validade menor ou pode até impedir a renovação.

A juíza disse que não existem documentos que comprovem a omissão da informação ao Detran, porém, caso haja a confirmação, poderá configurar o delito de falsidade ideológica.

Motorista estava confuso após o acidente

Duas testemunhas confirmaram na audiência que, após o acidente, Ademir ficou parado dentro do carro. O carro que ele dirigia ainda colidiu contra outros carros e motos depois de atingir a bicicleta com a mãe e os filhos.

O delegado Carmelo Santalucia, responsável pelo caso, disse que o idoso apresentou confusão na fala ao chegar na delegacia.

Ademir já tem passagens pela polícia. Ele já respondeu pelo crime de homicídio e foi absolvido, e responde também por porte ilegal de arma de fogo.

Luiz Maia

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