Rio das Ostras oferece cuidado em obesidade infantil

Os novos hábitos desta geração trouxeram muitos avanços, porém alguns impactos negativos, sobretudo à saúde de crianças e jovens. É o que aponta os números do Ambulatório de Endocrinologia Pediátrica de Rio das Ostras, que funciona no Centro Municipal de Saúde da Extensão do Bosque.


Departamento de Jornalismo - ASCOM | Prefeitura de Rio das Ostras

Os dados do Município seguem a tendência mundial que, infelizmente, mostra crescimento da obesidade e diabetes entre crianças e adolescentes. A boa notícia é que a Secretaria Municipal de Saúde conta com atendimento específico para esse público. 


Médico Alan Praxedes atende a crianças e jovens, boa parte deles já na faixa de obesidade | Mauricio Rocha

João Victor tem 14 anos e sofre os efeitos da união de má alimentação com o sedentarismo, já que a principal atividade do adolescente é o uso do computador. Filho de pais diabéticos, ele toma medicamento desde os 11 anos e atualmente precisa perder cerca de 30 quilos. Mas ele está disposto a mudar essa história.

“Esse será um ano de mudanças. Vamos nos cuidar melhor e seguir direitinho o que o médico recomendou. Aqui o atendimento é muito bom, a gente conversa e recebe os esclarecimentos”, diz Wrlenes Alves Silva, mãe de João Victor. Ela disse que vai incentivar mais o jovem a fazer atividades físicas.

O tratamento inclui o direcionamento ao serviço de nutrição da Rede Municipal e, neste caso, à Farmácia Municipal para obtenção do medicamento.

OBESIDADE 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para o aumento da obesidade infantil em todo o mundo. O número de crianças e adolescentes obesos passou de cerca de 11 milhões, em 1975, para 124 milhões, em 2016. Além disso, há mais 123 milhões de pessoas entre os 5 e os 19 anos de idade com excesso de peso.

O médico Alan Praxedes, da Rede Municipal de Saúde, concorda que a obesidade na infância e adolescência é preocupante. Dos casos atendidos pela Endocrinologia Pediátrica de Rio das Ostras, quase 20% é de pacientes obesos.

“Observamos que crianças cada vez mais novas, entre 6 e 8 anos, apresentam obesidade, o que leva a alteração nas taxas de colesterol, triglicerídeos e glicose e aumento da pressão arterial, especialmente, nos adolescentes”, explica o especialista. Esse quadro aumenta o risco cardiovascular e pode antecipar o surgimento de doenças como hipertensão, esteatose hepática e arteriosclerose.

TEMPO DE TELA 

Como se sabe, não há tratamentos milagrosos. Embora a doença também esteja ligada a fatores genéticos, para combater a obesidade infantil é preciso rever os hábitos alimentares, reduzindo ingestão de fast food, embutidos e guloseimas. Além de retomar o costume da alimentação mais lenta, com atenção à mastigação – o que, segundo o médico, vai contribuir para a sensação de saciedade.

E os pais precisam seguir a mesma linha, já que as estatísticas mostram que 80% das crianças obesas são filhos de pais com o mesmo problema.

Outro ponto importante é reduzir o “tempo de tela”. Um estudo europeu concluiu que ao chegar aos 18 anos, o jovem terá passado pelo menos três anos em frente a uma tela de celular, tablet ou computador. Os dados mostraram que a juventude atual passa, em média, sete horas e meia diante de um dispositivo eletrônico.

“O ideal seria que as crianças e jovens pudessem reduzir a duas horas por dia o contato com celulares, TV, computadores e outros eletrônicos”, afirma Alan Praxedes. Mas ele reconhece que essa recomendação é um desafio difícil e que diminuir o tempo de uso de eletrônicos e aumentar a prática de atividades físicas já é um grande ganho para a saúde nesta fase e no futuro.

SERVIÇO 

O ambulatório de Endocrinologia Pediátrica atende a pacientes desde bebê até jovens de 17 anos. Além de questões relacionadas ao peso e a diabetes, o serviço atende casos de distúrbios de crescimento, de puberdade e diferenciação sexual, problemas de tireóide, entre outros. O paciente é encaminhado ao serviço por meio da unidade básica de saúde.

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