Homem mais idoso do Brasil e que completou 117 anos nessa quinta-feira (08) mora em Rio das Ostras

Moacir Gonçalves de Jesus dá a receita a longevidade: segundo a família, ele não abria mão de cachaça, catuaba e Jurubeba. Só parou, depois de se converter à religião adventista.


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Imagem só se chegarmos aos 100 anos de idade? Ou até se passarmos do centenário. Em Rio das Ostras, Moacir Gonçalves de Jesus completou, nessa quinta-feira (08), 117 anos de idade. Por isso, é considerado um dos homens mais velhos do Brasil. Mas, segundo Moacir, os planos é chegar aos 120 anos.


Arquivo da família

Segundo a família, Moacir Gonçalves possui uma saúde de ferro, já que faz visitas rotineiras ao médico, a cada 15 dias. A receita dele da longevidade: ele não abria mão da cachaça (dose diária), catuaba e Jurubeba. Ele só parou, de acordo com familiares, depois que se converteu à religião adventista, assim com as esporádicas taças de vinho.

Há cinco anos, Moacir, desde que ficou viúvo de Maria Jovina de Jesus, que morreu aos 83 anos de idade. Apesar de não possui tanta clareza na fala, Moacir está bem, segundo relatos de uma das netas.

Ao longo do tempo, Moacir também constituiu uma grande família, com mais de 70 integrantes, já que era considerado um andarilho. Passou por 21 estados brasileiros neste um século e quase duas décadas de existência. Ao todo, são 12 filhos, 28 netos, 32 bisnetos e uma tataraneta de 12 anos. Dos filhos, apenas quatro ainda estão vivos.

A festa de aniversário

Na comemoração dos 117 anos, Moacir vestiu um uniforme militar, carreira que sempre sonhou seguir, mas, analfabeto, trabalhou a vida toda na lavoura, tendo tido como patrão um coronel do Exército.

Baiano, Moacir nasceu em Porto Seguro, onde testemunhou vários acontecimentos importantes da história mundial, como as duas grandes mundiais, ascensão e queda do comunismo, além das diversas mudanças políticas do Brasil desde a proclamação da república, incluindo a subida dos militares ao poder, em 1964, e a redemocratização do país duas décadas depois. Mas, das lembranças mais marcantes guardadas por ele até hoje, e com muito orgulho, está uma medalha que diz ter ganhado das mãos do ex-presidente Getúlio Vargas.

Há cerca de três anos, quando completou 114 anos de vida e acumulava 54 de aposentadoria, Moacir foi reconhecido pela Previdência Social como o brasileiro mais velho, de acordo com os seus arquivos.

O até então ativo morador, visto nas ruas de Nova Cidade com um apito na boca e controlando o tráfego como uma espécie de guarda de trânsito informal, se recolheu de lá para cá, por conta do agravamento de um problema no férmur, que o acompanha desde que sofreu uma fratura aos 90 anos. Isso o obrigou a trocar a muleta por uma cadeira de rodas e aposentar definitivamente o apito.

Os hábitos alimentares também mudaram, por recomendação de uma nutricionista. O pirão de farinha com carne de porco e toucinho foi trocado por uma dieta balanceada e a base de verduras e legumes. O recolhimento fez com que ele vivesse cada vez mais para a família, enquanto os 120 anos não chegam.

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